sábado, 6 de junho de 2009

sobre a grande dor...

Sobre a grande dor, meus olhos já estão inchados.. é sobre ela que tento sempre dizer, sempre fugindo, sempre mergulhando em bebidas, cigarros, tempestades.. e é por essa tristeza, que olhar os teus olhos em fotografias distantes, teus sorrisos não mais pelas minhas causas, me dói.. dói como um afogamento num mar fundo, as águas nunca mudam, são sempre as mesmas, sempre perdidas, sempre salgadas como lágrimas.
O que me paralisa não é o cansaço pelo excesso de movimento, mas a inércia diante de tanto pensar, tanto planejar o que jamais conseguiria traçar nalgum papel. Inércia. As expressões dizem o que? Que quero doer onde? Quero que alguém perceba essa dor? Não quero. Apenas que o sol nasce e morre e eu não o vejo, não o enxergo nessa escuridão turva, ruidosa e egoísta que me coloquei e, agora, como sair?
É a paz, andou por aí e nunca a consegui enlaçar, nem ternura, nem nada concreto o bastante para aguentar os repuxos que, certamente, viriam com uma emoção. O furor de uma emoção.

Sobre a grande dor, calar-me-ei.

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