quinta-feira, 4 de junho de 2009

II

Há muito a falar, há muito a fazer, há um vicio... Amor mesmo, não sei. Percebo a impotência perante tudo, depois que o apego à unidade já cresceu. Unidade irrefutável que é o idílio sem fim, a inocência, o abandono de mim mesma a aquilo que não tem começo nem fim. Não tem resposta, não tem forma, é um estágio fluídico de amor. As oscilações vibracionais incorporam a si mesmas o primeiro de cada estágio, e quando chego ao fim, antes de regressar, cola-se à minha mente a potência invertida do topo, tomo como meu este vazio que antecede a glória de sentir-me amada. Aqui nada é mensurável, inteligível... Forma e inteligência são características extrínsecas, adquiridas com o tempo, ou talvez passem desavisadas. São coisas do mundo.Que dirão da necessidade fisiológica e psíquica que insistem chamar de amor. Amor só é amor quando se avança o estágio do vício, da paixão, o fogo que arde a pele e veta a razão. Ele passa a ser palpável, estável. Toma a forma do objeto amado e aí se expande em excessos cometidos pela ânsia de amar. Ele impregna o redor e tudo toma cor, vida, sentido. Pena não poder voltar no tempo este amor amarelado e viver a adolescência pueril com intensidade sã, com a entrega comensurada, e não a total transposição de vidas que aconteceu, para eu aprender que apenas uma alma habita um corpo.De fato eu tenho muito a dizer, a fazer, saciar o meu costume condenável.

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