quarta-feira, 4 de julho de 2012

As coisas intimas vão muito além das coisas físicas, estão muito adstritas fora de mim; as capto numa tentativa louca de me preencher e me sentir viva com as varias vidas por dentro (talvez este seja um ato de gente desabitada).

Seja como for, isto me causa prazer.
O mundo interno quando prolongado para dentro de outro corpo - imo derrelido, já não mais habito a morada que outrora encobria-me.
De tanto captar, tornei-me(te).

terça-feira, 3 de julho de 2012

animico em Munch.

E em tanto pensar materializou-se no humano...









"Tudo isso que é bem capaz de confundir o espírito de um homem - nada disso tem importância quando tu chegas" V.M

Ao infinito negro em ti

A vida que não sinto pulula em meus olhos,
Eviscerando a lembrança.
Faz-me o não ser absoluto, sentindo vorazmente o (teu) ser
alheio
Repleto de presciência nula. Você fora o agora de sempre
antes...
E assim continuo a perseguir o espectro da treva,
Personificado em um rosto de olhos turvos
Desviados a buscar-me.
Saiba,
Meu corpo está inundado de amor.
Percebes, estou a morrer,
Retendo-me, sã, no limiar no abismo
Ou a condição de não enferma esteja no cair
E eu esteja caindo sem perceber a volição da terra
Em propelir-me ao infinito negro em ti.

II

Não à massa física que se materializa ao meu lado todos os
dias. Não à figura subjetiva criada pela sociedade e travestida de humano. Não
à crença engessada no amor ensinado jamais sentido. Não a tudo que contradiga
os pequenos momentos azuis. Mas a cor a banhar-me os pensamentos foi amarela.
Amarelo.
Dispondo espectros coloridos aos momentos, podemos
enxerga-los menos coisas externas, mais resultados de sentimentos. Mais
personificações da angústia combinada ao desejo ruminado ao ponto de se tornar
um ente imaterial, palpável. A falta de lógica desta ultima frase fala por si.
Pois embora sensível ao toque, o que se sente é a alma e não a pele. É o
prolongamento do espírito deixando viva a carne.
Reservamo-nos como fruta fresca à espera da melhor oferta...
O infinito distendido abriga os teus olhos, e tua boca é amora madura rasgada em sangue
Róseo em mimetismos da pele íntima...
Tua presença escorrendo é o oceano turvo a mergulhar
E ter-te próximo é remontar o desencontro perpétuo que nos
tornamos.
Ainda que pudéssemos vencer as épocas, jamais o meu corpo já
aviltado
Sustentaria a ti tão imenso espírito emoldurado onde mete-me
em calor.

Estou a jogar morta.