terça-feira, 9 de junho de 2009

saturação

Não aguento mais olhar par aquele isqueiro sem poder pegá-lo e queimar todos os meus cabelos, minhas sobrancelhas e cílios.
As mudanças estão tão vagarosas... o mesmo homem de ontem, não o suporto, estará aqui em vinte minutos.
Já tentei telefonar milhões de vezes e aquela mesma voz inaudível, da secretária eletrônica, vem arrepiar meus pelos e cerrar meus dentes de desespero.
Eu queria me incendiar para não ter de esperar a insatisfatória visita. Toda a verborragia imatura, dele, novamente estará roçando meus tímpanos e, o miolo do meu cérebro se comprimirá a um grãozinho, rebelde e transtornado. Sinto muito sono agora. Minhas mãos automaticamente escrevem e escrevem e meus olhos estão grossos de areia sonífera. Nem mesmo a fome amarga que faz roncar minha barriga, consegue fazer com que eu me levante e coma.
E ainda esta piedade horrível que tenho se rebaixou a dó, bem ralé mesmo, e por ser assim tão humilhante é que vou tentar calçar os chinelos e sair com ele.

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