terça-feira, 9 de junho de 2009

prolixidade

Você morreu. Você está fedendo, saia, apodreça outros ares, esverdeie outros mares, não o meu. Por que o tempo tem de estar tão sombrio, por que tem de fazer tanto frio? Não há pássaros nem fantasmas, não há vida neste campo, não há mais flores, a casa e o jardim estão abandonados. "O que acontece é que a vivência humana é muito prolixa", pro lixo essa merda toda! Ninguém entende nada de ninguém e tentam fazer de tudo para comprar uma confiança, mesmo que baseada em durex, ninguém mais guarda com hermeticidade e resignação um amor ou um sentimento. Ninguém sabe o que é respeito. Estou escorrendo na ladeira na vida; um pouco sã, um pouco crua, um pouco adulta demais para esquecer que a idade é uma ilusão. Por favor, saia. Saia, que já retirei da minha pele os cacos que me perfuraram quando com força, te abracei. E agora, os vales, preencher-se-ão com a solidão. Ela é um rumo dilacerador, sublime, é a graça do ser. Do ser que não mais existe, e que talvez, nunca tenha encontrado a razão de o ser.

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