quinta-feira, 4 de junho de 2009

à beira do rio

Amor meu xadrez e estrelas
Nós dois, o céu e a lua
Tua camisa furta-cor, teu cabelo como seda.
Mil borboletas vieram brilhando
Trouxeram-te imaculada
E pés beliscando pedras e terra, trêmulos,
Errantes, nossas mãos,
Juntas grossas enlaçadas a cetim
Mãos, as tuas, de boneca vivida;
Quadricularam-se as estampas
Noite escura sem detalhes, somente sardas,
Olhos verdes, olhos de mar onde desemboca o rio.
Meu sangue chorando nos encanamentos do teu corpo,
Minha febre nas tuas vísceras... amanheceu.
Cabelos castanhos já sentidos,
Bocas intocadas... ouço tuas palavras,
Teu hálito hiante, sorrisos perdidos;
Vivemos as lembranças, pisamos sonhos.
Pisamos solidão inundando nossos tornozelos;
E o tempo encadeou-se em teus dedos,
Teus pés levaram folhas molhadas,
Promessas e quadris unidos.
Já chorando e chorando meu coração,
Meu dizer de palavras surdas
No vácuo que o tempo deixou
Borrando as tuas cores ainda vivas na minha pele,
Derretendo em fogo e morte da noite,
Escorrendo até as margens do rio,
A caminho da queda nos teus olhos de cristal
Tua boca de pêssego, teu ar de jasmim;
O além do teu corpo que deságua no meu
Continuação dos meus ombros entrega
E eternidade.

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