sábado, 1 de agosto de 2009

semi-diálogo de portas

Amor eu estou doente, preciso de você aqui... – o celular dela vibrou no seu bolso de veludo, estava frio demais para março. O telefone tocou, ele assustou como de costume, enrolou e atendeu gravemente.
- Sim?- me diga Thomas, o que é? Gripe?
-Talvez... Já tomei um chá de hortelã, depois gengibre, me disseram que é ótimo - tossiu pesadamente, virou-se de lado e fechou os olhos.
-Está deitado?- Ela pergunta, um pouco vã, nervosamente vã.
-Estou, estou morto – ele exagera demais, gay demais, imbecil demais.
-Entendo... Por que me chamou de amor?- ela atira, acendendo um cigarro pra tentar calma.
-Por que você o é para...
-Pare!- Carla berra, aliviando-se. - Thomas senta na cama, acende uma luz amarelada no criado-mudo, toma um gole de rum.
-Não entendi- replica Thomas, cinicamente estafado.
-Oh, você entende sim, nós dois entendemos o tempo todo, e nos fazemos de bestas, o-mis-sos (...)
-Acalme-se.
-Não! Desta vez não...

2 comentários:

  1. Adoro esse tipo de texto que nos permiti pensar o que quiser.
    Bom post,se cuida.

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  2. Que relação complicada...longe de mim viver isso...rs...

    Obrigada pela visita no Degustação. Te espero sempre por lá.

    Bjs

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