Enquanto você disser essas coisas que me dão força, eu continuarei sangrando, longínqua.
Eu continuarei alimentando a fala por dentro, gerando a vida ao revés de todos os dias sem o teu rosto grande. Antevendo o que ninguém sabe como será, o além que eu guardo.
A fonte é inesgotável. O impulso dos passos sem espírito prolonga-se pelo corpo a disfarçar a mecanicidade imprimida no meu cotidiano.
Inexplicável é viver
A passos firmes marcho em tua direção com as estantes repletas de saudade e cólera. O andar trôpego, o corpo consumindo; o íntimo intocável, apenas a crescer e multiplicar-se sem fim, estendendo-se pelas ruas, alastrando-se pelas estradas, até encontrar-te a ti: e isso tudo jorrará da boca aberta, o líquido invencível, percuciente untando-te de mim. Nada mais será preciso.
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